5 de outubro de 2017

Maivotsinim é o herói-criador dos Kamaiurá.
Com o tempo, tornou-se o avô de todos os indígenas brasileiros, que assim o consideravam.
Foi o realizador do primeiro Kwarup, para homenagear os guerreiros mortos.
Ele simboliza as tradições culturais desses povos, que são muitas e diferentes, com centenas de línguas faladas e ininteligíveis umas às outras.
Segundo Darcy Ribeiro, eram cerca de cinco milhões de indivíduos habitando todo o país, na época do descobrimento.
Desde então, foram guerreados, suas terras tomadas, aldeias incendiadas, escravizados para o primeiro fôlego da colonização portuguesa. Qualquer colono português se tornava rico, às custas de três escravos índios, encontrados nos matos. Mortos pelo facão ou pelas doenças trazidas da Europa, assolada por pestes negras, na Idade Média. Uma simples gripe matava aldeias inteiras, à mera aproximação física dos brancos. Quando não havia mais índios suficientes para o trabalho, dizimados nas enseadas marinhas, caçados no interior pelos bandeirantes, iniciou-se a importação de escravos africanos, cinco vezes mais caros.

As histórias de Maivotsinim aparecem em vários livros etnográficos. Tem aquela que ele escapou de ser comido pela onça porque prometeu casar suas filhas com ela. As moças não quiseram ir, com medo da mãe da onça.
Aproveito para contar sua história e a de seu povo, após vários anos de extensa pesquisa em livros que abordam a temática indígena. Cláudio e Orlando Villas Boas, Florestan Fernandes, Darcy Ribeiro, Claude Lévi-Strauss, Hans Staden, Pero de Magalhães de Gândavo, André Prous, Benedito Prezia, Walter Neves, entre outros. A extensa bibliografia é citada ao final. Peço licença aos autores e suas editoras para citar trechos escolhidos, sem os quais a sequência da argumentação se tornaria impossível. Todas as referências foram devidamente feitas.
Estou à procura de uma boa editora nacional para publicar meu livro sobre o herói criador de todos os índios, mamelucos e caboclos brasileiros. Obrigado.
BOA LEITURA!
                                                             Reinoldo Atem

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